domingo, 13 de março de 2022

Leituras, Reflexões e a Prática da Paz

A paz é essencial à vida na Terra. Não há como defender a guerra. Todo o dinheiro, o ouro e o petróleo do mundo não valem uma única vida. Governantes, com tanto estudo, poder e conhecimento, decidem sobre a vida e a morte de inocentes. Carecemos de sabedoria, espírito pacífico, compaixão, humildade e empatia.

Enquanto não conseguirmos conviver em paz, entre as pessoas e entre os países, talvez o ideal seria  administrar os conflitos de modo a manter a vida e a paz. Para isso, é necessário respeitar as diferenças, estar disposto a escutar e a cooperar, mais do que competir.

O mundo em que vivemos ainda apresenta-se muito bélico. Os países estão armados e as pessoas, também. Pelo pouco que entendo de resolução de conflitos, quando duas partes não conseguem se entender, um terceiro entra na conversa para mediar o diálogo e ajudar a chegarem num acordo. É preciso desenvolver meios diplomáticos para evitar as guerras e respeitar a vida.

Este não é um tema simples, afinal há muitos fatores envolvidos nos entendimentos e desentendimentos entre os países: poder, disputas econômicas, conflitos anteriores não resolvidos, preconceitos raciais e religiosos, entre outros. No nível individual, está ao nosso alcance desenvolver posturas pacíficas a cada dia. Por exemplo, escutar mais o ponto de vista dos outros, emitir menos julgamentos sobre os outros, encontrar um caminho de entendimento, saber respeitar as diferenças sem levar para o lado pessoal... uma infinidade de alternativas que favorecem a convivência pacífica.

Deixo aqui algumas recomendações de leitura que nos ajudam a refletir sobre a paz e a desenvolver posturas pacíficas, a partir de fontes  científicas, filosóficas e também holísticas ou espiritualistas.


Em busca de sentido, Viktor Frankl (Viena, Áustria 26/03/1905 - Viena, Áustria 02/09/1997)

O autor relata suas experiências e aprendizados num campo de concentração nazista, na 2a Guerra Mundial. Num local onde os prisioneiros sofreram todos os tipos de violência, ele nos fala sobre a importância de termos um sentido na vida, algo que nos motive a ir além e contribuir positivamente na vida dos outros. 

O livro é dividido em duas partes: a primeira, autobiográfica, com suas experiências no campo de concentração, e a segunda, sobre a Logoterapia, abordagem terapêutica desenvolvida pelo autor a partir de sua vivência.

A obra, escrita em 1946, continua atual. Nos traz reflexões sobre as barbáries que o ser humano é capaz e sobre aquilo que o ser humano não pode repetir. Para além disso, destaca a importância dos valores necessários à vida e à boa convivência, e dessa forma, a paz.



Tratado sobre a tolerância, Voltaire (Paris, França 21/11/1694 - Paris, França 30/05/1778, Filósofo francês)

Na obra, publicada em 1763, Voltaire nos conta sobre a injustiça cometida contra Jean Calas, vítima da intolerância religiosa de católicos contra protestantes, na França, algumas décadas antes da Revolução Francesa. É impactante o relato de como Jean Calas foi incriminado injustamente pela morte do próprio filho e o julgamento, em que ele foi condenado à morte de uma forma bárbara, por influência da população católica da cidade de Toulouse.

Leitura atual, considerando os vários conflitos religiosos que ainda acontecem em nossos tempos.



A paz como caminho, organizadora: Dulce Magalhães (Curitiba, PR, Brasil 25/01/1966 - São Paulo, SP, Brasil 06/02/2017)

A autora, pesquisadora da UNIPAZ, foi uma estudiosa da temática da pacificação. Neste livro o leitor encontra uma série de artigos inspiradores voltados para o desenvolvimento de uma cultura e consciência da paz.



Homo Sapiens Pacificus, Waldo Vieira (Monte Carmelo, MG, Brasil 12/04/1932 - Foz do Iguaçu , PR, Brasil 02/07/2015)

Em 2007, o pesquisador da Conscienciologia, Waldo Vieira, publicou este tratado sobre o pacifismo. Para entender a paz, ele discorre inicialmente sobre o belicismo, ainda presente em nosso planeta a partir de fatos históricos e teorias já desenvolvidas sobre o assunto. Ao estudar a evolução da consciência, propõe que a paz seja desenvolvida a partir de cada um de nós, em nosso íntimo, através da superação dos traços bélicos.

Fala que as consciências mais evoluídas são pacíficas e que podemos nos ajudar mutuamente a desenvolver um mundo pacífico através do nosso desenvolvimento e exemplo pessoal. É importante que cada um de nós faça a nossa parte e, dessa forma, inspire os demais.


O livro está disponível em PDF no site da editora: https://editares.org.br/livro/homo-sapiens-pacificus/

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Este é um tema em que poderíamos discorrer por horas a fio ou escrever páginas e mais páginas. Por fim, uma frase do educador, psicólogo e escritor Pierre Weil (Estrasburgo, França 16/04/1924 - Brasília, Brasil 10/10/2008), foi Reitor da UNIPAZ:

"Na realidade não existe nenhuma fronteira em lugar nenhum; todas as fronteiras são criações da mente humana - logo não existem. E é em cima de fronteiras que não existem que se fazem as guerras!" (Pierre Weil, A arte de viver em paz)

Obs.: a obra "A arte de viver em paz" está disponível para baixar no site da UNIPAZ: https://unipazdf.org.br/#baixe-o-livro-de-pierre-weil

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Boas leituras, reflexões e práticas diárias voltadas para a pacificação interna e que contribuam para a paz no mundo em que vivemos! 🙏🌻📚✨

2 comentários:

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